O MHL publicou sobre plágio em revistas chinesas hoje.
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Notícias sobre a Convergência Contábil e seus efeitos na contabilidade em âmbito Nacional e Internacional.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Desafios da "nova contabilidade" no Brasil
Cinco desafios das novas regras de contabilidade
Dar valores a árvores, bois e outros "ativos vivos" é um dos desafios das empresas para adotar o padrão internacional, o IFRS
Olívia Alonso, iG São Paulo | 18/01/2011 05:15
Como medir o valor de uma árvore que está envelhecendo, ou de um bezerro que está engordando? O cálculo desses itens, que são chamados ativos biológicos, está entre os principais desafios do padrão internacional de contabilidade, o IFRS, que começa a ser obrigatório este ano para empresas brasileiras. Outros pontos que estão gerando discussões no momento, segundo especialistas, são contratos de construção imobiliária, bens de concessões do governo, instrumentos financeiros e os chamados ativos imobilizados, bens tangíveis que empresas necessitam para realizar suas atividades, como máquinas.
Das 100 maiores companhias brasileiras com ações em bolsa de valores, 28 já reportaram resultados referentes ao terceiro trimestre ou outros períodos de acordo com as novas normas, mesmo não sendo obrigatório ainda. Entre elas, estão Vale, Petrobras, Klabin, Cielo, OGX, Suzano e Net. A partir de agora, todas as empresas listadas em bolsa, ou que tenham faturamento superior a R$ 300 milhões (ou ativos que superem R$ 240 milhões), precisam se adequar ao padrão internacional quando reportarem seus números fechados referentes ao ano passado.
A partir dos problemas já apontados pelas companhias – tanto por aquelas que se anteciparam, como por diversas outras que estão preparando suas demonstrações - consultores da Ernst&Young identificaram cinco principais desafios. Com a ajuda desses consultores e outros especialistas, o iG mostra abaixo exemplos e pontos críticos de cada um.
Ativos Vivos
Os chamados ativos biológicos, que são bens "vivos" detidos pelas empresas, estão entre os principais desafios apontados pelos especialistas. A nova norma exige que florestas, gado, cana-de-açúcar, entre outros itens biológicos ou agrícolas sejam avaliados periodicamente e contabilizados nos balanços das companhias de acordo com o valor de mercado ("valor justo") que possuem, ou seja, o "preço" pelo qual seriam vendidos na data atual.
A grande dificuldade é a mensuração desses ativos, pois as empresas precisam seguir parâmetros, que muitas vezes não existem e ainda precisam ser criados.
"Imagine que uma empresa, como um frigorífico, por exemplo, tenha comprado um bezerro, que foi engordando ao longo do tempo, mas ainda não foi abatido. Pela nova contabilidade, será preciso avaliar a valorização do animal periodicamente, o que as companhias ainda não têm costume de fazer", diz Bruno Salotti, professor de contabilidade da Universidade de São Paulo (USP).
Outro setor afetado é o de papel e celulose. Pela nova regra, as companhias precisam medir o valor de uma árvore que está crescendo, por exemplo. "O padrão deixa de ser o quanto a empresa pagou pela árvore e passa a ser o valor de mercado do ativo", diz Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec SP).
Apesar do desafio, Paul Sutcliffe, sócio-líder de mercado de IFRS da Ernst&Young, afirma que o Brasil deverá se tornar referência mundial neste quesito, pois diversas empresas brasileiras lidam com ativos biológicos. Salotti concorda. "No começo, as empresas devem buscar avaliadores externos, mas a tendência é que passem a desenvolver maneiras de fazer os cálculos internamente e que passem a ser referência", diz o professor.
Segundo a Ernst&Young, as empresas que possuem ativos biológicos e que já apresentaram dados nos novo padrão tiveram mudanças significativas em seus resultados. Metalúrgica Gerdau e da Klabin, por exemplo, viram seu patrimônio líquido crescer 80%. Fibria e Suzano Papel e Celulose tiveram o patrimônio aumentado em cerca de 70% em função das novas regras.
Instrumentos financeiros
O desafio mais complexo na visão dos especialistas está ligado a mudanças em instrumentos financeiros, como derivativos e contratos de câmbio. As novas regras trazem uma série de modificações envolvendo a maneira de contabilizar esses ativos. Sutcliffe afirma que as normas para instrumentos financeiros já eram as mais complexas antes do IFRS. Agora, as dificuldades são multiplicadas. "São centenas e centenas de páginas de alterações que estão dando trabalho às empresas."
De todas, o ponto mais crítico é a atribuição do valor de mercado ("valor justo") a esses instrumentos, ou seja, o "preço" pelo qual seriam vendidos na data no mercado. Antes do IFRS, os ativos financeiros eram contabilizados a custo histórico, que é o valor pago por eles quando foram adquiridos. Agora, passa a ser necessária a avaliação periódica dos valores para nova marcação, mesma exigência dos ativos biológicos.
Alexandre lembra, porém, que diversas mudanças relacionadas aos instrumentos financeiros ainda estão em discussão e muitas delas só estarão vigentes a partir de 2013. A sugestão dos especialistas é que as companhias busquem a ajuda de profissionais com profundos conhecimentos das regras que envolvem esses ativos, pelo menos para a elaboração dos primeiros balanços com os novos padrões.
Ativos imobilizados
Os ativos imobilizados são o conjunto de bens e direitos que as empresas precisam ter para manter suas atividades. São bens tangíveis, ou seja, que podem ser tocados, como edifícios e máquinas. Também entram nos balanços como imobilizado os custos de melhorias feitos em bens alugados ou arrendados.
Na regra antiga, as empresas atribuíam os valores de ativos imobilizados de acordo com o custo, ou seja, o quanto pagaram por eles. Além disso, a depreciação dos bens era calculada de uma forma chamada "regra fiscal", que considera que o item "envelhece" após dez anos de vida. Com o IFRS, tudo muda. A partir de agora, as companhias precisam avaliar o quanto o ativo depreciou a cada ano. Esse novo valor é chamado "custo atribuído".
"O IFRS corrige um erro", diz Salotti. Como as regras fiscais estabeleciam que a vida útil de uma máquina era de dez anos, passado este período, a empresa considerava que o ativo valia zero. "No entanto, o maquinário ainda está funcionando e tem seu valor", afirma o professor.
O grande desafio neste ponto é a avaliação constante dos ativos. "As empresas têm que verificar sempre se seus bens continuam capazes de gerar valores ou não", diz Alexandre. Caso sejam, é preciso atribuir o valor que merecem. Caso contrário, as companhias têm que fazer uma reavaliação para baixo, que é chamada de "impairment", segundo o presidente da Apimec SP. Como exemplo, ele cita a Cesp, que no ano passado reavaliou várias de suas usinas. "A empresa fez um ajuste para baixo dos valores de várias unidades, e a diferença foi um número considerável."
Contratos imobiliários
Outro desafio que vem gerando discussões são os contratos do setor imobiliário. Diante de recorrentes dúvidas das empresas, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a entidade brasileira criada para adequar as normas à realidade do País, elaborou em dezembro de 2010 uma orientação para ajudá-las a entender as novas regras. Antes disso, as companhias tinham grande dificuldade para interpretar as leis, que não deixavam claro como as receitas com venda de imóveis devem ser contabilizadas.
A dúvida das construtoras era o momento em que a receita deveria ser contabilizada: na hora da entrega das chaves ou antes? Uma possível interpretação da nova norma era de que a ocasião certa é aquela em que o imóvel é recebido pelo novo dono. Mas uma outra leitura da norma levava à conclusão de que a receita deveria ser reconhecida durante o andamento da obra. Os especialistas dizem que as duas interpretações eram possíveis. Mas, segundo eles, após a orientação, as empresas passaram a entender que o correto é a contabilização da receita enquanto o projeto está em andamento.como é o brasileiro?
Apesar dos desafios, o presidente da Apimec SP acredita que as companhias vão conseguir apresentar seus resultados de acordo com as novas regras este ano, sem atrasos. Sutcliffe, por sua vez, diz que a partir do segundo trimestre deste ano as empresas terão maior facilidade, pois poderão comparar suas demonstrações financeiras com as das concorrentes. "Elas passarão a ter referências, o que vai ajudá-las", afirma.
Concessionárias
As empresas que possuem concessões do Estado, como de transmissão e distribuição de energia elétrica, também estão diante de um grande desafio: a mudança da classificação dos chamados "bens de concessão", que são conjuntos de ativos que as empresas recebem do governo para realizar suas atividades.
Antes do IFRS, esses bens eram considerados "ativos imobilizados", cuja depreciação era calculada de acordo com a vida útil. A partir das novas regras, as companhias precisam apresentar esses itens em seus balanços de forma diferente: como "ativos intangíveis" ou "ativos financeiros", dependendo de alguns critérios, como a atividade da empresa, o uso do bem e o retorno que ele traz. Mas, para essas duas categorias, a depreciação é calculada de uma forma mais complexa, que depende do chamado "teste de recuperabilidade", que identifica o valor real de um ativo.
"As empresas não têm que apenas depreciar o bem, mas precisam também amortizar pelo prazo da concessão e fazer o teste para avaliar o valor deste bem", diz Joanília Neide de Sales, professora de Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Segundo ela, a mudança traz uma dificuldade a mais, pois o cálculo da depreciação dos ativos financeiros e intangíveis exige do contador mais conhecimentos de finanças e do negócio da empresa.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Lista da "inteligência contábil" no poder financeiro em 2011
Veja a lista dos poderosos inteligentes da contabilidade em 2011 aqui.
IASB e FASB pretendem publicar documento sobre perdas de créditos
IASB e FASB EUA estão para publicar abordagem proposta conjunta à contabilização de perdas de crédito
O International Accounting Standards Board (IASB) e os EUA Financial Accounting Standards Board (FASB) pretende publicar ainda este mês uma proposta de abordagem conjunta de imparidade de crédito de empréstimos e outros activos financeiros geridos de uma carteira aberta.
Contabilidade para perdas de crédito é um dos aspectos mais importantes da contabilização de instrumentos financeiros.
Leia o texto completo aqui.
O International Accounting Standards Board (IASB) e os EUA Financial Accounting Standards Board (FASB) pretende publicar ainda este mês uma proposta de abordagem conjunta de imparidade de crédito de empréstimos e outros activos financeiros geridos de uma carteira aberta.
Contabilidade para perdas de crédito é um dos aspectos mais importantes da contabilização de instrumentos financeiros.
Leia o texto completo aqui.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Doze dicas para maximizar o seu potencial
Via Contabilidade Financeira
Doze dicas para maximizar o seu potencial - Por Isabel Sales
O professor Ph.D. David Albrecht escreveu um artigo publicado na American Journal of Business Education no qual sugere 12 dicas para que os alunos maximizem seu potencial em aulas de contabilidade, o qual recomendo.
Ele conta a história de uma de suas alunas, Brenda, que não se destacava em suas aulas até tirar uma nota baixa, se irritar e afirmar que ainda daria a volta por cima nessa matéria. Claro que o professor não acreditou tendo em vista que, em sua experiência, aquilo era um grave e comum caso de maus hábitos estudantis. Mesmo que alguns alunos tentem uma reviravolta, não conseguem, simplesmente por não saberem estudar apropriadamente para uma aula de contabilidade. Essa doença pode ser curada, mas é necessária uma mudança no panorama, assim como um considerável esforço.
Felizmente Brenda ganhou destaque como uma das alunas preferidas do professor Albrecht. Ela se tornou mais participativa em aula e rapidamente seus comentários refletiam pontos-de-vista fantásticos. Conseguiu, ainda, tirar a nota máxima nas duas avaliações subseqüentes e encerrou o semestre com uma das maiores pontuações.
Muitas vezes os alunos perguntam aos professores como alcançar um bom desempenho nas matérias de contabilidade. Para ajudar, seguem as 12 dicas de Albrecht:
1. Saiba o que o professor espera: Os professores de contabilidade, quase sem exceções, se importam com seus alunos e ficam ansiosos para que se saiam bem nas avaliações. É possível tirar notas máximas, desde que os alunos entendam e identifiquem os conceitos, além de aplicá-los corretamente a qualquer pergunta que o professor fizer. Isso depende mais de boas técnicas de estudo do que de uma excelente inteligência.
2. Aprenda sozinho: A função do professor é apresentar o conteúdo do curso e explicá-lo. Não é responsabilidade dele que você aprenda o material, mas sim que o conteúdo seja apresentado de uma forma que possibilite o aprendizado. Aceite a responsabilidade e seja seu próprio professor.
3. Se empenhe desde o primeiro dia: Não procrastine e deixe o estudo apenas para a véspera das avaliações. Estudar de forma distribuída entre diversos dias ajuda a pensar sobre a matéria, contemplar potenciais aplicações, associar o conhecimento aos conceitos e deixar o subconsciente trabalhar no aprendizado. Estudar na véspera ocasiona ansiedade e estresse que são, comprovadamente, prejudiciais à atividade do lóbulo frontal (onde o aprendizado acontece).
4. Frequente todas as aulas: Há alta correlação entre a frequência regular de alunos e as notas finais. Assim, pense no tempo gasto em aula como tempo de estudo intensificado. Se a sua mente divagar, puxe-a de volta. Mesmo que você saiba a matéria, quanto mais repassar o assunto, maior será o conhecimento, a lembrança e a precisão.
5. Faça boas anotações: Em geral as anotações feitas por alunos não são boas o suficiente. Se esforce para que a sua seja. Anote o que o professor fala e, especialmente, o que coloca no quadro. Dentro das próximas 24h reescreva tudo, isso reforçará os pontos-chave. Se as aulas forem com base em apresentações de slides, confie nos arquivos do professor. Nesse caso o foco deverá ser voltado para o estudo do livro-texto.
6. Participe da aula: Se dois alunos estudarem o mesmo tanto, terá desempenho melhor o que participar ativamente das aulas. Quando o professor falar, imagine que ele está se dirigindo diretamente a você. Se importe, pois aquela é a sua aula. Não tenha medo de participar e dar respostas erradas, você poderá aprender com seus erros.
7. Leia e releia o livro-texto várias vezes: A primeira leitura deverá ser prazerosa, identificando os tópicos do capítulo. A segunda deve ser bem detalhada, com duração de cerca de duas a quatro horas. Ao resolver o dever de casa faça a terceira leitura e volte aos pontos-chave. Após o tópico ser apresentado em aula, leia o capítulo pela quarta vez.
8. Procure padrões: Após fazer boas anotações e ler o livro de forma crítica, você está em uma ótima posição para identificar padrões-chave. Comece enumerando os passos utilizados nas resoluções de problemas. Em seguida, utilize essa lista como guia e inicie a resolução de novas questões. Se você não conseguir completar o exercício com precisão com base nessa lista inicial, acrescente alguma mensagem explicativa ou pontos adicionais.
9. Faça o dever de casa: As regras contábeis foram feitas pelos homens e, nem sempre evidentes por si só, precisam ser aprendidas com base em um processo que inclui repetição e reforço. Resolva todos os exercícios e problemas do livro-texto.
10. Estude com amigos: Pratique a explicação e compreensão estudando com outros colegas. Como benefício adicional, o ato de analisar se o que o seu colega está elucidando é correto ajuda o desenvolvimento do seu senso crítico.
11. Estude muito e com determinação para cada prova: Recomenda-se 15 horas de estudo com foco apenas nas provas. Isso pode aparentar muito esforço, mas ser um bom aluno acarreta um alto custo de oportunidade. Se você não se preparar adequadamente para as avaliações prejudicará uma das principais razões em se fazer uma faculdade. De tal modo, identifique o que o professor espera que você saiba e quão bem, identifique o formato da prova (discursiva, múltipla escolha), refaça provas antigas, reveja suas anotações, trabalhe cada problema, se concentre nos princípios e padrões, assim como em sua aplicabilidade em cenários variados.
12. Tenha uma vida saudável: O lobo frontal do seu cérebro pode reagir negativamente a um estilo de vida prejudicial. Portanto, durma bem, pratique exercícios, beba muita água, se alimente de forma saudável, tome banhos de sol.
Aí estão as dicas para que você se torne um aluno melhor. Te desejo uma boa jornada!
Doze dicas para maximizar o seu potencial - Por Isabel Sales
O professor Ph.D. David Albrecht escreveu um artigo publicado na American Journal of Business Education no qual sugere 12 dicas para que os alunos maximizem seu potencial em aulas de contabilidade, o qual recomendo.
Ele conta a história de uma de suas alunas, Brenda, que não se destacava em suas aulas até tirar uma nota baixa, se irritar e afirmar que ainda daria a volta por cima nessa matéria. Claro que o professor não acreditou tendo em vista que, em sua experiência, aquilo era um grave e comum caso de maus hábitos estudantis. Mesmo que alguns alunos tentem uma reviravolta, não conseguem, simplesmente por não saberem estudar apropriadamente para uma aula de contabilidade. Essa doença pode ser curada, mas é necessária uma mudança no panorama, assim como um considerável esforço.
Felizmente Brenda ganhou destaque como uma das alunas preferidas do professor Albrecht. Ela se tornou mais participativa em aula e rapidamente seus comentários refletiam pontos-de-vista fantásticos. Conseguiu, ainda, tirar a nota máxima nas duas avaliações subseqüentes e encerrou o semestre com uma das maiores pontuações.
Muitas vezes os alunos perguntam aos professores como alcançar um bom desempenho nas matérias de contabilidade. Para ajudar, seguem as 12 dicas de Albrecht:
1. Saiba o que o professor espera: Os professores de contabilidade, quase sem exceções, se importam com seus alunos e ficam ansiosos para que se saiam bem nas avaliações. É possível tirar notas máximas, desde que os alunos entendam e identifiquem os conceitos, além de aplicá-los corretamente a qualquer pergunta que o professor fizer. Isso depende mais de boas técnicas de estudo do que de uma excelente inteligência.
2. Aprenda sozinho: A função do professor é apresentar o conteúdo do curso e explicá-lo. Não é responsabilidade dele que você aprenda o material, mas sim que o conteúdo seja apresentado de uma forma que possibilite o aprendizado. Aceite a responsabilidade e seja seu próprio professor.
3. Se empenhe desde o primeiro dia: Não procrastine e deixe o estudo apenas para a véspera das avaliações. Estudar de forma distribuída entre diversos dias ajuda a pensar sobre a matéria, contemplar potenciais aplicações, associar o conhecimento aos conceitos e deixar o subconsciente trabalhar no aprendizado. Estudar na véspera ocasiona ansiedade e estresse que são, comprovadamente, prejudiciais à atividade do lóbulo frontal (onde o aprendizado acontece).
4. Frequente todas as aulas: Há alta correlação entre a frequência regular de alunos e as notas finais. Assim, pense no tempo gasto em aula como tempo de estudo intensificado. Se a sua mente divagar, puxe-a de volta. Mesmo que você saiba a matéria, quanto mais repassar o assunto, maior será o conhecimento, a lembrança e a precisão.
5. Faça boas anotações: Em geral as anotações feitas por alunos não são boas o suficiente. Se esforce para que a sua seja. Anote o que o professor fala e, especialmente, o que coloca no quadro. Dentro das próximas 24h reescreva tudo, isso reforçará os pontos-chave. Se as aulas forem com base em apresentações de slides, confie nos arquivos do professor. Nesse caso o foco deverá ser voltado para o estudo do livro-texto.
6. Participe da aula: Se dois alunos estudarem o mesmo tanto, terá desempenho melhor o que participar ativamente das aulas. Quando o professor falar, imagine que ele está se dirigindo diretamente a você. Se importe, pois aquela é a sua aula. Não tenha medo de participar e dar respostas erradas, você poderá aprender com seus erros.
7. Leia e releia o livro-texto várias vezes: A primeira leitura deverá ser prazerosa, identificando os tópicos do capítulo. A segunda deve ser bem detalhada, com duração de cerca de duas a quatro horas. Ao resolver o dever de casa faça a terceira leitura e volte aos pontos-chave. Após o tópico ser apresentado em aula, leia o capítulo pela quarta vez.
8. Procure padrões: Após fazer boas anotações e ler o livro de forma crítica, você está em uma ótima posição para identificar padrões-chave. Comece enumerando os passos utilizados nas resoluções de problemas. Em seguida, utilize essa lista como guia e inicie a resolução de novas questões. Se você não conseguir completar o exercício com precisão com base nessa lista inicial, acrescente alguma mensagem explicativa ou pontos adicionais.
9. Faça o dever de casa: As regras contábeis foram feitas pelos homens e, nem sempre evidentes por si só, precisam ser aprendidas com base em um processo que inclui repetição e reforço. Resolva todos os exercícios e problemas do livro-texto.
10. Estude com amigos: Pratique a explicação e compreensão estudando com outros colegas. Como benefício adicional, o ato de analisar se o que o seu colega está elucidando é correto ajuda o desenvolvimento do seu senso crítico.
11. Estude muito e com determinação para cada prova: Recomenda-se 15 horas de estudo com foco apenas nas provas. Isso pode aparentar muito esforço, mas ser um bom aluno acarreta um alto custo de oportunidade. Se você não se preparar adequadamente para as avaliações prejudicará uma das principais razões em se fazer uma faculdade. De tal modo, identifique o que o professor espera que você saiba e quão bem, identifique o formato da prova (discursiva, múltipla escolha), refaça provas antigas, reveja suas anotações, trabalhe cada problema, se concentre nos princípios e padrões, assim como em sua aplicabilidade em cenários variados.
12. Tenha uma vida saudável: O lobo frontal do seu cérebro pode reagir negativamente a um estilo de vida prejudicial. Portanto, durma bem, pratique exercícios, beba muita água, se alimente de forma saudável, tome banhos de sol.
Aí estão as dicas para que você se torne um aluno melhor. Te desejo uma boa jornada!
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Publicado o edital do primeiro Exame de Suficiência
Comunicação CFC
No período de 10 de janeiro a 11 de fevereiro de 2011 estarão abertas as inscrições para a primeira edição do Exame de Suficiência da área contábil, que será realizada no dia 27 de março, na mesma data e horário em todo o Brasil - das 8h30 às 12h30, horário de Brasília-DF. O detalhamento das informações sobre o processo de inscrições e as normas para a realização das provas estão no edital Exame de Suficiência nº 01/2010, publicado hoje (29/11) pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no Diário Oficial da União. O Exame será aplicado duas vezes ao ano, segundo a Resolução CFC nº 1.301/2010.
O Exame de Suficiência foi instituído pela Lei nº 12.249/2010, que alterou o artigo 12 do Decreto-Lei nº 9.295/46. De acordo com a nova redação, esse artigo estabelece que os profissionais contábeis somente poderão exercer a profissão mediante os seguintes requisitos: conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis ou de Técnico em Contabilidade, aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
Para a aplicação da primeira edição de 2011, o CFC contratou a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC). O Exame será constituído de duas modalidades de provas: uma para bacharéis em Ciências Contábeis e outra para técnicos em contabilidade. Segundo o Edital, somente poderão se inscrever no Exame candidatos que tenham efetivamente concluído os cursos.
As inscrições deverão ser efetuadas no site da FBC (http://www.fbc.org.br/) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade de cada estado. A taxa de inscrição é de R$ 100,00.
As cidades e os locais de realização das provas serão informados aos candidatos até o dia 25 de fevereiro de 2011, por meio do sistema de inscrição. O Edital especifica que o CFC, se não houver número suficiente de candidatos nas cidades constantes do local de inscrição, poderá mudar a realização das provas para cidades vizinhas.
Entre as normas estabelecidas no Edital para a realização das provas, consta que será permitido o uso de máquina calculadora, desde que o modelo não possua sistema de armazenamento de texto. As provas serão compostas, cada uma, por 50 questões objetivas, valendo um ponto cada item. Será considerado aprovado o candidato que acertar, no mínimo, 50% do total das questões.
As áreas abrangidas nas provas são:
Para técnico em contabilidade: Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Noções de Direito, Matemática Financeira, Legislação e Ética Profissional, Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade e Língua Portuguesa Aplicada.
Para bacharel em Ciências Contábeis: Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Contabilidade Gerencial, Noções de Direito, Matemática Financeira e Estatística, Teoria da Contabilidade, Legislação e Ética Profissional, Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, Auditoria Contábil, Perícia Contábil, Controladoria e Língua Portuguesa Aplicada.
Os detalhamentos dos conteúdos programáticos estão publicados nos sites do CFC (link abaixo), da FBC e dos CRCs. Também serão divulgados nesses sites, no prazo de até 20 dias após a data de realização das provas, os gabaritos das questões objetivas.
A relação dos aprovados no Exame de Suficiência será publicada, até 60 dias depois da data das provas, no Diário Oficial da União. A contar dessa publicação, os aprovados terão o prazo de dois anos para requererem, no CRC, o registro profissional.
Veja o edital completo, o detalhamento dos conteúdos programáticos e a Resolução CFC nº 1.301/2010.
O Exame de Suficiência foi instituído pela Lei nº 12.249/2010, que alterou o artigo 12 do Decreto-Lei nº 9.295/46. De acordo com a nova redação, esse artigo estabelece que os profissionais contábeis somente poderão exercer a profissão mediante os seguintes requisitos: conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis ou de Técnico em Contabilidade, aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
Para a aplicação da primeira edição de 2011, o CFC contratou a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC). O Exame será constituído de duas modalidades de provas: uma para bacharéis em Ciências Contábeis e outra para técnicos em contabilidade. Segundo o Edital, somente poderão se inscrever no Exame candidatos que tenham efetivamente concluído os cursos.
As inscrições deverão ser efetuadas no site da FBC (http://www.fbc.org.br/) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade de cada estado. A taxa de inscrição é de R$ 100,00.
As cidades e os locais de realização das provas serão informados aos candidatos até o dia 25 de fevereiro de 2011, por meio do sistema de inscrição. O Edital especifica que o CFC, se não houver número suficiente de candidatos nas cidades constantes do local de inscrição, poderá mudar a realização das provas para cidades vizinhas.
Entre as normas estabelecidas no Edital para a realização das provas, consta que será permitido o uso de máquina calculadora, desde que o modelo não possua sistema de armazenamento de texto. As provas serão compostas, cada uma, por 50 questões objetivas, valendo um ponto cada item. Será considerado aprovado o candidato que acertar, no mínimo, 50% do total das questões.
As áreas abrangidas nas provas são:
Para técnico em contabilidade: Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Noções de Direito, Matemática Financeira, Legislação e Ética Profissional, Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade e Língua Portuguesa Aplicada.
Para bacharel em Ciências Contábeis: Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Contabilidade Gerencial, Noções de Direito, Matemática Financeira e Estatística, Teoria da Contabilidade, Legislação e Ética Profissional, Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, Auditoria Contábil, Perícia Contábil, Controladoria e Língua Portuguesa Aplicada.
Os detalhamentos dos conteúdos programáticos estão publicados nos sites do CFC (link abaixo), da FBC e dos CRCs. Também serão divulgados nesses sites, no prazo de até 20 dias após a data de realização das provas, os gabaritos das questões objetivas.
A relação dos aprovados no Exame de Suficiência será publicada, até 60 dias depois da data das provas, no Diário Oficial da União. A contar dessa publicação, os aprovados terão o prazo de dois anos para requererem, no CRC, o registro profissional.
Veja o edital completo, o detalhamento dos conteúdos programáticos e a Resolução CFC nº 1.301/2010.
Via CFC
terça-feira, 23 de novembro de 2010
IFRS é adiada para aplicação somente em 2011
CVM decide adiar obrigatoriedade de balanço em IFRS para 2011
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) decidiram adiar para 2011 a adoção obrigatória do padrão contábil internacional (IFRS, na sigla em inglês) pelas companhias abertas brasileiras.
Segundo comunicado divulgado hoje pela CVM, as companhias poderão apresentar os balanços trimestrais (ITRs) de 2010, de forma voluntária, segundo o atual padrão contábil brasileiro (BR Gaap). Porém, esses balanços deverão ser reapresentados em formato IFRS até a divulgação do balanço anual (DFP) de 2010, o que ocorrerá no primeiro trimestre de 2011.
Além disso, os balanços trimestrais publicados em 2010 deverão trazer nas notas explicativas uma descrição das principais alterações que poderão ter impacto nas demonstrações financeiras anuais em função da conversão dos números para o IFRS. A CVM também pede, se possível, uma estimativa dos efeitos no patrimônio líquido e no resultado, ou esclarecimentos das razões que impedem a apresentação dessa estimativa.
O adiamento da obrigatoriedade deve-se ao fato da CVM e do CPC ainda não terem conseguido editar todos os pronunciamentos técnicos necessários para a adoção do IFRS pelas companhias brasileiras. A previsão inicial era que as normas estariam prontas em 30 de setembro. Agora, a CVM estima concluir as orientações no final de dezembro.
Por outro lado, como a CVM recebeu solicitações de companhias que queriam antecipar a aplicação do IFRS já no balanço anual de 2009, a autarquia também decidiu permitir tal prática. Neste caso, a companhia deverá aplicar as normas do IFRS também sobre as demonstrações financeiras de 2008 já apresentadas, para permitir a comparação dos resultados. O mesmo vale para os balanços trimestrais de 2010, que deverão ser comparáveis aos de 2009.
Fonte: Valor Econômico (11.11.2010)Via Análise de Balanços
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Fraudes generalizadas ameaçam ascensão econômica chinesa
Pressão sobre pesquisadores produziu avalanche de teses plagiadas.
Falsificação em pesquisa científica prejudica escalada econômica do país.Fang Shimin, escritor também conhecido pelo
codinome Fang Zhouzi, dirige o site New Threads,
que expôs mais de 900 pesquisas falsas em
Pequim (Foto: Du Bin / The New York Times)
O talento de Zhang Wuben como vendedor é inquestionável. Através de programas de televisão, DVDs e um livro best-seller, ele convenceu milhões de pessoas de que berinjela crua e feijão verde em grande quantidade podem curar lúpus, diabetes, depressão ou câncer.codinome Fang Zhouzi, dirige o site New Threads,
que expôs mais de 900 pesquisas falsas em
Pequim (Foto: Du Bin / The New York Times)
Na China, os pacientes com doenças graves pagam US$ 450 por uma consulta de 10 minutos e recebem uma receita. Mas com Zhang isto não é possível, pois ele é um dos profissionais mais populares da tradicional medicina chinesa e sua agenda está lotada até 2012.
No entanto, quando o preço do feijão verde disparou nesta primavera, os jornalistas chineses começaram a ir mais fundo. Eles descobriram que, ao contrário do que dizia, Zhang, 47, não pertence a uma família de médicos (o pai era tecelão). Ele tampouco se formou pela Universidade de Medicina de Pequim (sua única educação formal foi o curso por correspondência feito depois que ele perdeu o emprego em uma indústria têxtil).
A revelação das credenciais falsas de Zhang provocou discussões sobre as práticas desonestas que permeiam a sociedade chinesa, criticadas por estudiosos e por seus próprios cidadãos.
Tais práticas incluem trapaças de alunos nos vestibulares, intelectuais que promovem pesquisas falsas ou plagiadas e indústrias de laticínios que vendem leite envenenado para crianças.
As últimas revelações são ainda mais chocantes. Após um acidente de avião, que matou 42 pessoas no nordeste da China em agosto, foi descoberto que 100 pilotos da companhia áerea haviam falsificado seus históricos de vôo. Em seguida, houve o escândalo de Tang Jun, o milionário ex-chefe da Microsoft na China e uma espécie de herói nacional, que falsamente afirmou possuir doutorado do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
s países estão imunes a fraudes de alta repercussão. O doping nos esportes e a corrupção em Wall Street são os escândalos do momento nos Estados Unidos. Mas na China, a falsificação em uma área em particular - a educação e investigação científica – já se alastrou a ponto de prejudicar a escalada econômica do país.
A China investe recursos significativos na construção de um sistema de ensino de nível internacional e pesquisas pioneiras em ciências e mercados competitivos. Além disso, o país tem alcançado notável sucesso em redes de computadores, energia limpa e tecnologia militar.
Mas a falta de integridade entre os pesquisadores está atrapalhando seu potencial e prejudicando a colaboração entre pesquisadores chineses e seus colegas de outros países.
"Se não mudarmos nossas maneiras, seremos excluídos da comunidade acadêmica global", declara Zhang Ming, professor de relações internacionais na Universidade Renmin, em Pequim. "Precisamos nos concentrar em buscar a verdade, em vez de seguir a agenda de algum burocrata ou satisfazer o desejo de lucro pessoal".
A pressão feita sobre os pesquisadores pelos administradores das universidades públicas para que publiquem artigos em revistas científicas - uma medida de inovação - produziu uma avalanche de pesquisas plagiadas ou fabricadas. Em dezembro, um jornal britânico especializado em formações de cristais anunciou a retirada de mais de 70 trabalhos de autores chineses, cuja originalidade e rigor estavam sendo questionados.
Em um editorial publicado no início deste ano, a revista médica britânica “The Lancet” advertiu que pesquisas falsas ou plagiadas representavam uma ameaça à promessa do presidente Hu Jintao de transformar a China em uma "superpotência em pesquisas" até 2020. "Está claro que o governo chinês deve pegar este episódio como exemplo para revigorar os padrões de ensino de ética em pesquisa e para a realização das pesquisas em si", relatou o editorial.
Em setembro, uma coletânea de periódicos científicos publicados pela Universidade de Zhejiang, em Hangzhou, reacendeu a fogueira ao divulgar os resultados de uma experiência de 20 meses com um software que detecta plágios.
O software, chamado de “CrossCheck”, rejeitou quase um terço de todos os trabalhos, sob suspeita de que os conteúdos tenham sido pirateados a partir de pesquisas anteriormente publicadas. Em alguns casos, mais de 80 por cento do conteúdo foi considerado cópia.
A editora das publicações, Zhang Yuehong, enfatizou que nem todos os artigos plagiados eram originários da China, mas se recusou a revelar mais detalhes."Alguns eram da Coreia do Sul, Índia e Irã", disse ela.
Os artigos especializados em medicina, física, engenharia e ciência da computação, foram os primeiros na China a utilizar o software. “No momento, eles são os únicos que o utilizam”, acrescentou ela.
As descobertas não surpreendem se considerarmos os resultados de um estudo recente do governo, em que um terço dos 6.000 cientistas de seis das maiores instituições do país admitiram que haviam se envolvido com plágio ou com a invenção de dados para pesquisas. Em outro estudo com 32 mil cientistas, feito no verão passado pela Associação Chinesa para Ciência e Tecnologia, mais de 55% disseram que conheciam alguém que já tenha cometido fraude acadêmica.
Fang Shimin, um escritor sensacionalista que se tornou um famoso defensor da integridade acadêmica, diz que o problema começou com o sistema universitário estatal, no qual burocratas nomeados politicamente têm pouca experiência nas áreas que supervisionam. Devido à grande concorrência para bolsas de estudos, auxílio moradia e aperfeiçoamento de carreira, os funcionários baseiam suas decisões no número de artigos publicados.
"Mesmo os artigos falsos contam, pois ninguém realmente os lê", afirma Fang, que é mais conhecido pelo pseudônimo Fang Zhouzi. Seu site “New Threads” já desvelou mais de 900 casos de falsificação, alguns envolvendo reitores de universidades e pesquisadores de renome.
Quando o plágio é exposto, colegas e líderes estudantis geralmente defendem o acusado. Fang explica que isso acontece em parte com o objetivo de preservar as relações e proteger a reputação da instituição. Mas o outro motivo, segundo ele, é mais preocupante: são poucos os acadêmicos idôneos, que podem apontar o dedo para acusar os outros.
O resultado é que muitas vezes os plagiadores não são punidos, o que acaba incentivando esta prática, afirma Zeng Guoping, diretor do Instituto de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Tsinghua, em Pequim, que ajudou na pesquisa feita com 6.000 acadêmicos.
Ele cita o caso de Chen Jin, um cientista da computação que já foi célebre por ter inventado um microprocessador sofisticado, mas que na verdade utilizou um chip fabricado pela Motorola, riscou o nome da empresa e alegou ser invenção sua. A revelação da fraude, em 2006, causou constrangimento na comunidade científica que o apoiava.
Chen perdeu seu cargo na universidade, mas nunca foi processado."Quando as pessoas vêem que os acusados continuam dirigindo seus carros vistosos, o mau exemplo está dado", declara Zeng.
5 mil revistas acadêmicas
O governo chinês prometeu resolver o problema. Editoriais de jornais estatais têm condenado frequentemente o plágio. No mês passado, Liu Dongdong, membro do Politburo que supervisiona as publicações, prometeu fechar algumas das cerca de 5.000 revistas acadêmicas, cujo motivo único para existir, segundo dizem os estudiosos, é proporcionar uma saída para professores e doutorandos que queiram inflar suas credenciais de publicação.
Os jornalistas Fang Shimin e Fang Xuanchang já ouviram promessas e ameaças antes. Em 2004 e 2006, o Ministério da Educação anunciou campanhas contra fraudes, mas os dois grupos responsáveis pela solução do problema ainda não aplicaram nenhuma punição.
Nos últimos anos, os dois jornalistas investigaram Xiao Chuanguo, urologista inventor de um procedimento cirúrgico que visa restaurar a função da bexiga em crianças com espinha bífida, uma deformação congênita da coluna vertebral, que pode levar à incontinência e, insuficiência renal e até à morte.
Em uma série de reportagens e postagens em blog, os jornalistas revelaram discrepâncias no site de Xiao, incluindo alegações de que ele havia publicado 26 artigos em revistas de língua inglesa (eles encontraram apenas quatro) e que havia recebido um prêmio pelo conjunto de sua obra da Associação Americana de Urologia (o prêmio foi dado para um ensaio que ele escreveu).
Mas ainda mais preocupante, segundo eles, foram as afirmações de que a cirurgia apresentava uma taxa de sucesso de 85 por cento. Dos mais de 100 pacientes
entrevistados, nenhum relatou ter sido curado de incontinência, e 40 por cento disseram que sua saúde havia piorado após o procedimento, que incluia a mudança de itinerário de um nervo da perna para a bexiga.
Independente do que tenha ocorrido, Xiao ficou furioso. Ele entrou com uma série de processos por difamação contra Fang Shimin e anunciou que iria se vingar.
Recentemente, os dois jornalistas foram brutalmente atacados nas ruas de Pequim - Fang Xuanchang por bandidos com uma barra de ferro e Fang Shimin por dois homens armados de spray de pimenta e um martelo.
Quando a polícia prendeu Xiao, em 21 de setembro, ele confessou a contratação de homens para realizar o ataque. A razão, disse ele, foi a vingança contra as revelações que impediram sua nomeação para a prestigiada Academia Chinesa de Ciências.
Apesar da confissão, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, onde Xiao atua, não pareceu disposta a tomar qualquer ação contra ele. Em um comunicado, os administradores disseram que ficaram chocados com a notícia de sua prisão, mas que iriam aguardar o desfecho dos processos judiciais antes de romper os laços com ele.
Tradução: Claudia Lindenmeyer
Via G1
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Feira educacional chinesa ocorre em outubro
Será realizada nos dias 22 e 23 de outubro, das 9h às 18h, a segunda edição da Feira de Universidades Chinesas 2010. Os interessados em participar podem inscrever-se gratuitamente até o dia 21 de outubro pelo e-mail cbcde@cbcde.org.br.
Nesse evento, o público terá acesso a informações nas áreas de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e MBA (Master of Business Administration), além da oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as instituições de Ensino Superior do país asiático.
Estarão presentes no encontro 80 autoridades acadêmicas e governamentais chinesas, representando 26 instituições universitárias. Esta será a segunda maior delegação acadêmica do país a visitar o Brasil. A sede da feira será no Memorial da América Latina, no auditório Simon Bolívar.
O encontro é realizado pela CBCDE (Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico) e pelo Instituto Confúcio na Unesp (Universidade Estadual Paulista). O evento vai contar ainda com o apoio Embaixada da China no Brasil, do Consulado Geral da China em São Paulo e da ACB (Associação Chinesa do Brasil). Fonte:
www.universia.com.br
Fonte: Editora Atlas
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Carta de um professor doente
O texto abaixo foi publicado no site de notícias da SBPC 2010 -Recife.
Achei muito interessante...
Estou doente...
Produzo mais papéis e máquinas e menos seres humanos, indivíduos! A nossa era se chama ?PRODUÇÃO CIENTÍFICA...
Quanto? Preciso estar ?on line? e ligado 24 horas para produzir: 5 artigos por ano, pelo menos 1 Qualis A e os demais podem ser A2, B1 ou B2, mas o resto não interessa; pelo menos 1 livro e um capítulo de livro por ano.
Ah! Não posso esquecer das comunicações em eventos! Devem ser preferencialmente trabalhos completos, publicados nos anais em Congressos Internacionais porque os resumos expandidos e os simples não contam nada na nossa avaliação. E se forem em eventos regionais ou locais menos ainda.
Devo participar de 2 Programas de Mestrado como efetivo e um terceiro como Colaborador.
Devo ministrar 4 ou 5 disciplinas na Graduação, ou se não for assim preciso ter 4 ou 5 turmas, com pelo menos 50 vagas ofertadas para ministrá-las. Muitas das vezes, em espaços que comportariam muito menos... Quantos créditos: 12, 16, 20 ou 24 por semestre?
Devo ministrar também 1 ou 2 disciplinas na Pós-Graduação. Preciso orientar os trabalhos de conclusão de curso (4 ou 5, às vezes só um pouco mais por semestre). Preciso orientar pelos menos dois estudantes de Mestrado por ano... Ah! Eles precisam defender suas dissertações em 24 meses... O ideal já seria defender em 18 meses! E os Co-orientados? Quantos?
Tenho ainda os estágios, os projetos de fomento e de PIBIC. Ainda faltam as comissões e os cargos administrativos!
Precisamos de mais cursos, mais disciplinas e mais estudantes, mais cargos e mais comissões... Assim, ganhamos mais TRABALHO e temos menos VIDA. Meu tempo está acabando... O dia é muito curto e as 24 horas já não me são mais suficientes.
Que tal repensarmos o nosso Calendário? O dia poderia ser um pouco maior e o ano poderia ter mais alguns meses... Puxa! Como seria feliz por isto... PODERIA TRABALHAR MAIS! Muito mais, pois ainda preciso ser bolsista de produtividade. Quero também ser pesquisador!
Antigamente, o Professor era Senhor ou Senhora, um segundo pai ou uma segunda mãe, um tio ou uma tia. Era também um EDUCADOR. Um erudito e um verdadeiro HERÓI. Hoje o professor ?brother?, ?chapa?, ?meu?, ?brô? e ?véio?, entre outros... Muitos outros!
O bom é que temos mais professores. Muito mais! Por outro lado, temos menos salas e dividimos os nossos 15m2 (chamado gabinete) com mais 3 ou 4 e todos os seus orientandos também. Pelo menos não posso reclamar de solidão no trabalho, nem de monotonia. A vida de Professor é pura agitação... Altas baladas como dizem.
Meu dia de trabalho terminou na Instituição... A jornada de trabalho de um celetista é de 44 horas por semana, com tendência natural de reduzi-la. E a nossa de professor? Isto é muito pouco!
Além da nossa rotina diária, ao chegarmos em casa precisamos continuar TRABALHANDO! Tem as correções de provas, aulas e notas de aulas para serem preparadas, seminários, palestras, etc.. Ou melhor, fazer invencionices para melhoramos a nossa performance para nossos estudantes.
As aulas não são mais atrativas... Eles dizem: melhor seria estar com a Galera ou a Turma... Atender celular, passar minhas mensagens, jogar meus novos games do celular, msn, orkut, facebook, mostrar meu aparelho de celular novinho ... Tem muito mais opções! Perder tempo com estas aulas? Que tédio! Tudo está na Internet mesmo.
Esqueci da elaboração dos projetos! Preciso de recursos financeiros para realizar alguns trabalhos e o prazo se encerra amanhã. Ainda bem que o envio é on line. O sistema, hoje em dia, em alguns editais recebem até 24 horas depois... UFA! Vai dar tempo.
Aqueles que precisam da nossa atenção em casa: mãe, pai, esposa, marido, filha, filho, neta, neto, noiva, noivo, namorada, namorado... Gato, cachorro, peixe, papagaio, periquito... etc? ELES PODEM ESPERAR!
E as minhas necessidades: físicas e fisiológicas? E o meu lazer e meu prazer? Confesso que às vezes me sobra um tempinho para isto tudo, apesar de serem atividades menos nobres.
Preciso dormir, mas tenho que TRABALHAR! Preciso acordar, antes de dormir. Estou doente! Não tenho tempo de ir ao médio... Depois vejo isto! Estou gravemente doente, mas não posso me curar. Preciso TRABALHAR e PRODUZIR mais papéis (textos, livros, artigos, relatórios, etc...). Meu CURRÍCULO LATTES está desatualizado!
Tenho que produzir mais máquinas também, pois o mercado assim exige.
Fico triste no final. A maior parte de toda a minha produção permanece intocável e, na maioria das vezes, enfeitando estantes e gavetas. Poucos realmente lêem aquilo que é fruto de uma vida inteira de total entrega ao sistema. Ou no caso das máquinas, algumas ficam sem emprego.
Ah! Eu não posso me queixar, pois apesar desta pequena carga de trabalho tenho um bom salário.
?Não sois máquinas! Homens é o que sois? é uma famosa frase de Charles Chaplin, ou ainda ?O que somos é conseqüência do que pensamos? de Buda. Acredito que isto é coisa do passado... Está fora de moda!
Podemos ver que a geração atual não os conhece, pois seus mais recentes ídolos e sua identidade são diferentes: ?Exterminador do Futuro ? Arnold Schwarzenegger?, ?Rambo ? Sylvester tallone?, ?Indiana Jones ? Harrison Ford?, ?007 - Daniel Craig?, etc. Estes são os verdadeiros heróis: imbatíveis, incansáveis e imortais.
Estou doente... Gravemente doente... Incurável...
E no fim!
AQUI JAZ um EX-PROFESSOR que um dia sonhou ser PESQUISADOR.
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