quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

COPOM: Selic cai até 10,25% e PIB cresce 0,9% este ano, diz Barclays

São Paulo, 14 de janeiro de 2009 O Barclays Capital estima taxa Selic em 10,25% no fim do ano e expansão de 0,9% do Produto Interno Brasileiro (PIB) em 2009. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve promover quatro cortes seguidos da taxa básica, a partir do encontro deste mês (20 e 21), e uma redução de 0,50 ponto em julho, amenizando os efeitos da crise externa sobre a demanda doméstica. Em 18 de dezembro, o Barclays apostava em um com corte total da Selic de 2,75 pontos percentuais, com um movimento inicial de 0,50 ponto, e crescimento de 1,4% da economia brasileira este ano. "Nós estamos revisando nosso cenário macroeconômico básico à luz dos recentes números muito fracos de atividade, da falta de evidência de qualquer pass-through do câmbio para a inflação e do crescente número de casos de agressivos cortes de juros em mercados emergentes com impacto neutro sobre a taxa de câmbio", afirma o Barclays Capital, em relatório assinado por Rodrigo Vales, economista-chefe para América Latina, e Paulo Mateus, estrategista para a região. Os indicadores mais recentes (setor automobilístico e consumo de energia) indicam que a atividade contraiu consideravelmente no quarto trimestre do ano passado, dinâmica que deve permanecer no primeiro trimestre. Ou seja, o Brasil não deve escapar de uma recessão técnica, fruto de um forte ajuste nos investimentos e no consumo de bens duráveis. O Barclays reduziu a estimativa para a variação positiva do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano de 5% para 4,6%, apenas 0,1 ponto percentual acima do centro da meta de inflação (4,5%). Segundo o Barclays, o arrefecimento da inflação nas últimas semanas é em parte explicado pela repentina queda da atividade. Os preços não foram contaminados pela depreciação de aproximadamente 50% do real no último trimestre de 2008. "O pass-through não foi apenas pequeno, mas inexistente. Os produtos tradables (sem contar os agrícolas) não apenas não subiram como caíram nos últimos meses", afirma o Barclays. "Considerando que os padrões estimados sugerem uma passagem muito rápida do câmbio para os preços no Brasil (ao redor de três meses), é uma notícia muito boa." O Barclays afirma também que os preços da gasolina permanecem acima dos padrões internacionais, o que dá o governo um instrumento para controlar a dinâmica inflacionária no curto prazo. Com o corte da Selic para 10,25%, o País terá a menor taxa real de juros a níveis muito inferiores aos praticados nos últimos anos. Embora projete um corte inicial de 0,75 ponto, o Barclays afirma que não se surpreenderia com uma redução de um ponto este mês.

Antonio Perez / Agência Leia

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